Resenha: A Cidade do Sol - Khaled Hosseini


Título: A Cidade do Sol
Autor: Khaled Hosseini
Editora: Nova Fronteira 
Páginas: 365
Sinopse: Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rashid, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz: "Você pode ser tudo o que quiser." Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Confrontadas pela história, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós. E a partir desse momento, embora a história continue a decidir os destinos, uma outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do "todo humano", somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.


Sinopse retirada do Skoob

Costumo falar que existem livros que são indispensáveis para qualquer tipo de leitor. Não importa se você – leitor – gosta de romances, sobrenaturais, chick lits ou autoajuda. O negócio é que existem obras que devem estar em sua estante. A Cidade do Sol é um exemplo disso. Assustadoramente bom, o livro não possui palavras suficientes para ser descrito.

Devo alertar que mesmo colocando informações sobre o livro, lê-lo é muito mais explicável do que qualquer outra coisa que você conseguir ler aqui. Pois bem, poderia resumir A Cidade do Sol simplesmente com algo do tipo: “a verdade por trás da vida de duas mulheres árabes e de gerações completamente diferentes nas mãos de um marido cruel”, só que não ficaria legal, pois – me desculpem se estou sendo repetitivo – o livro é muito mais que isso.

A protagonista inicial é Mariam, uma afegã considerada uma harami (filha bastarda) que nasceu do relacionamento entre uma empregada, Nana, e de um patrão, Jamil. Por ter sido concebida fora do casamento, Mariam teve que ir morar junto com sua mãe em uma kolba bem afastada da cidade por cerca de doze anos.  Mesmo não morando com seu pai, ela recebia visitas diárias de Jamil e, claro, alguns mantimentos para sobreviver. O único problema dessas visitas eram as reclamações intermináveis de Nana, uma mulher amargurada com a vida que tentava sempre que possível acabar com os sonhos de sua filha. Após vários acontecimentos, a protagonista é obrigada a se casar com um homem bem mais velho que ela. Rashid, era um sapateiro e morador de Cabul que depois de notar que sua mulher não conseguia suportar uma gravidez, passou a espancá-la sem motivos.
Nesse ponto da história conhecemos a segunda e não menos importante protagonista: Laila. Filha de um professor universitário e de uma mãe extremamente depressiva, a menina desde pequena possuiu uma personalidade forte e altruísta. Diferente de Mariam, ela pôde frequentar a escola, ter amigos e podia ser feliz. Além disso, Laila tinha uma amizade bem verdadeira. Junto com Tariq ela vivera seus melhores momentos. Do nada sua vida muda radicalmente quando ela tem que casar-se com Rashid e, dessa forma, passa a conviver com ele e com sua outra esposa, Mariam, que a desprezava por inúmeros motivos.
Escrito por Khaled Hosseini, o livro é muito bem narrado. Usando a terceira pessoa, o autor não deixa a peteca cair em nenhum momento. Com maestria ele leva o leitor por vários espaços de tempo sem ficar perdido e sem deixar a narrativa repetitiva. As cenas descritas no livro são de tirar o chapéu, literalmente. Tudo parece se encaixar perfeitamente para um clímax formidável e muito dinâmico. Além de acertar em cheio na forma com que escreveu o livro, Khaled também construiu duas protagonistas espetaculares. Cada uma com seus problemas, dramas e frustrações, mas de forma que no final acabassem se completando, o leitor consegue absorver as ações que elas fazem. Por exemplo, ao serem espancadas pelo marido, é como se você estivesse ao lado. É demais.
A história de duas mulheres em meio a um Oriente Médio em guerra é bem forte. Fugindo dos estereótipos tradicionais ao se falar em guerras, os problemas das cidades orientais, da guerra civil são colocados de forma bastante clara ao leitor. A sutileza é notável durante toda a leitura. O impacto é tão grande que não tem como não se revoltar em várias passagens da história.
No geral, A Cidade do Sol é um romance muito triste e real. Não é uma leitura fácil, porém ela é viciante. Terminei em apenas um dia. E não foi pela história em si, mas sim pelo desespero que vi nos personagens. Precisava acabar com aquilo. Muito mais que recomendado, o livro se tornou um dos meus favoritos e uma das melhores leituras do ano.  

9 comentários:

  1. Igor, um excelente livro. Tocante, profundo, triste e real. Bem narrado, bem escrito, bem amarrado, com personagens fortes e, o mais lamentável, real. conhecemos outra cultura, outra crença, outros povos e ficamos refletindo sobre o quanto isso é real. Rs, repetição de palavras.
    Também fico revoltada por saber que, apesar de ser uma história de ficção, nada daquilo é fruto da criatividade do autor, são casos que aconteceram e mesmo com o passar do tempo ainda acontecem, talvez em proporções menores.


    www.amorporclassico.com

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  2. Nunca li o livro mas, já ouvi inúmeros elogios! Fiquei com vontade de ler o livro!
    Um beijo.
    http://livrodagarota.blogspot.com.br/

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  3. Concordo com você: Esse livro merece ser lido por todos! Li faz tempo, mas ainda sinto o estômago apertar quando lembro de algumas cenas...

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  4. Oi Igor!
    Nossa, o livro parece ser muito bom. Daquele tipo que toca o leitor bem a fundo, né? Eu já o vi várias vezes em promoção mas não sei bem o porquê, acabei não levando, talvez porque eu sempre tenha um certo receio com histórias muito tristes, pois me sensibilizo demais e por tudo que você disse, ficarei revoltada em muitas partes do livro. Mas isso não é motivo para deixar o livro de lado, pelo contrário haha Por mais horríveis que algumas passagens possam ser, a triste realidade é que isso acontece - é como você disse, o livro tem um quê de real - e não podemos simplesmente fechar os olhos e fingir que é tudo uma maravilha. Uma leitura mais densa e carregada de drama assim é uma ótima pedida em certos momentos.
    Beijos!!

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  5. Oi querido!
    Dispensável dizer que virou seu favorito, só de ler as primeiras linhas da resenha já foi possível perceber o quanto você gostou da leitura!
    Acredito que seja um daqueles que, caso eu venha a ler, provavelmente ame. Porém, não tenho vontade de ler, não sei por quê. Simplesmente não chama minha atenção. E, como a Duda disse, eu também tenho receio de ler essas histórias muito tristes, eu me sensibilizo e me revolto horrores hehe!
    Beijão!

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  6. Fiquei bem curiosa para ler esse livro! É do mesmo autor de Caçador de Pipas e eu chorei tanto no filme! ♥ Já está na minha estante e com certeza vai ser uma das minhas próximas leituras, provavelmente em novembro, haha.
    Parabéns pela resenha, pelo blog, por tudo! ♥
    Adoro ♥

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  7. esse é o tipo de livro que eu corro ! nada me agrada sabe , o tema e tals , mas muita gente gosta :s

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  8. Geralmente, não sei porque, não me interesso em historias no oriente.
    Mas, acho que tem muita coisa a se aprender com essas lutas que as pessoas de lá enfrentam. Não adianta ver a novela, o livro detalha o que realmente precisamos saber.

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  9. Igor, impressionante sua resenha! Não li o livro ainda, mas está na minha cabeceira esperando por mim. Me recomendaram este livro a muito tempo atrás, mas fiquei com medo de lê-lo e não ter maturidade suficiente para me apaixonar pela história e pelo drama apresentado. Agora, um tanto mais madura, espero ansiosa por esta leitura! Volto aqui para dar meu parecer.

    Daniela Silva

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