Resenha: O Jogo do Anjo - Carlos Ruiz Záfon

Título: O Jogo do Anjo
Autora: Carlos Ruiz Záfon
Editora: Suma das Letras
Páginas: 410

Sinopse: Aos 28 anos, desiludido no amor e na vida profissional e gravemente doente, o escritor David vive sozinho num casarão em ruínas. É quando surge em sua vida Andreas Corelli, um estrangeiro que se diz editor de livros. Sua origem exata é um mistério, mas sua fala é suave e sedutora. Ele promete a David muito dinheiro e sua simples aparição parece devolver a saúde ao escritor. Contudo, o que ele pede em troca não é pouco. E o preço real dessa encomenda é o que David precisará descobrir.

Sinopse retirada do Skoob.

Depois de passar alguns dias naquela velha ressaca literária, decidi pegar um livro diferente. Digo isso, pois as histórias de Záfon sempre prometem muito e eu sabia que não seria tão fácil me decepcionar. Pois bem, o resultado disso é que encontrei mais uma obra extremamente fantástica e bem escrita. O Jogo do Anjo, posso adiantar, é tudo aquilo que eu não imaginava. É tão bom que pouco foi o tempo que larguei o livro para fazer algo diferente. 

A história, que tem como principal cenário a cidade de Barcelona no início do século XX, começa com uma simplicidade bem original: o protagonista, David Martín, filho de uma mãe ausente e de um veterano da guerra civil, é mais um jovem entre tantos que trabalha em um velho jornal da cidade.

Após uma breve apresentação de sua vida, o livro começa a pegar um ótimo ritmo.  Logo, Martín é contratado por uma editora para escrever alguns contos que acabam ganhando uma boa gama de leitores. Ah, tudo isso sob um pseudônimo. 

Com esse sucesso ele recebe uma oferta de um misterioso editor parisiense, Andreas Corelli. Trata-se de um livro feito sob encomenda que será um tipo de bíblia para uma nova religião. E, exatamente nesse ponto da trama, tudo começa a pegar fogo. Literalmente. Com uma sacada de mestre o autor coloca um ritmo incrível, com aventuras, tragédias pessoais e bastante informações no livro. Tudo isso, é claro, deixando nós leitores cada vez mais presos. 

Esse livro faz parte da série que envolve o misterioso Cemitério dos Livros. Cronologicamente esse é o primeiro da série, mas não é o primeiro lançado. Nesse lugar, Martín descobre uma antiga obra desenvolvida por um autor que possui o mesmo nome que ele. Essa descoberta, acontece justamente quando o jovem está em meio a uma guerra com amores impossíveis e em um mar de desolação. 

Com várias pitadas de metáforas, um romance avassalador, porém tradicional - repleto de reviravoltas praticamente improváveis - e com referências aos estilos da antiga Barcelona, Záfon coloca o leitor em um estado de êxtase, uma vez que, ele abusa das sensações e de uma escrita formidável. 

É bom deixar claro que o livro não é apenas um romance. Pode ter certeza que não. Em minha opinião, a história beira mais um thriller, com cenários de fazer medo (cemitérios, mansões, ruas estranhas) e com mortes bastante loucas. Posso estar sendo repetitivo, mas digo que em O Jogo do Anjo o tipo de narração usada é tão "pesada" que deixa o leitor meio assustado. 

Essa obra fantástica não poderia deixar de ter personagens cativantes. O que falar do livreiro Sempere? Não existe nem adjetivos para descreve-lo. E o que falar da discípula literária mais sujeita aos erros do que qualquer outra na história? Sem comentários, não é mesmo?  Só lendo pra tirar suas próprias conclusões. 

Para finalizar essa resenha tão grande e super difícil de ser escrita, tenho que deixar claro que só tenho amores pelo livro e por Záfon que, sem dúvidas, é um dos meus autores prediletos. Quer ler algo onde você se envolva completamente na trama, onde lágrimas e risos se misturem e onde, de quebra, ainda visite lugares extramente belos? Leia O Jogo do Anjo.  ;)