Resenha: Identidade Roubada - Chevy Stevens

Título: Identidade Roubada
Autora: Chevy Stevens 
Editora: Arqueiro
Páginas: 256
Sinopse:  Era para ser um dia como outro qualquer na vida de Annie O’Sullivan. A corretora de imóveis levanta da cama com três objetivos: vender uma casa, fazer as pazes com a mãe e não se atrasar para o jantar com o namorado. Naquele domingo, aparecem poucas pessoas interessadas em visitar o imóvel. Quando Annie está prestes a ir embora, uma van estaciona diante da casa e um homem sorridente vem em sua direção. A corretora tem certeza de que será seu dia de sorte. Mas o inferno está apenas começando. Sequestrada por um psicopata, Annie fica presa durante um ano inteiro em um chalé nas montanhas, onde vive um pesadelo que deixará marcas profundas.

 Sinopse retirada do Skoob.

Não é extremamente delicioso quando você pega um livro sem a menor expectativa ou um interesse muito grande em lê-lo e acabar se surpreendendo? Pois bem, Identidade Roubada é um desses livros. 

Terminei essa leitura com algo na garganta. Sério, algo do tipo: @#@$#$@, que livro do @##$#@! se não foi pior. Eu não tinha nenhuma expectativa em torno dele, mas se tivesse tenho que certeza que seria totalmente preenchida. Fiquei mais que feliz com esse, digamos, acerto literário.  

Mais do que sério, o livro é bastante tenso - e põe tensão nisso aí -. A história dele tem o foco na vida de Annie, uma mulher que sofreu um rapto e que teve que viver ao lado do sequestrador por um ano. A protagonista conta a sua história ao leitor através de seções com sua psicóloga.

Annie levava uma vida cotidiana: tinha sua casa, um namorado, um cachorro, uma família e um emprego. Um dia, depois de tentar vender várias casas para algumas pessoas, Annie começa a se preparar para ir pra casa quando um rapaz que se apresenta como David diz a ela que está interessado em uma residência. A moça logo se apressa em mostrar a casa, mas o que ela não esperava era que aquele homem tão gentil colocaria em sua cabeça uma arma e a levaria para sua van. Mesmo tentando lutar, ela não consegue se libertar da mãos dele. Vendo a mulher descontrolada, David aplica algo para que ela adormeça. Quando acorda, Annie já está em seu cativeiro. 

Após vários dias presa sem saber ao menos o motivo, ela começa a perceber certas coisas: o local onde estava era totalmente a prova de fuga, logo ela nota que não teria chances de se salvar. O Maníaco, como ela começa a nomear David, não é mais aquele doce rapaz que Annie conheceu. Completamente louco e com mudanças constantes de humor, ele quer ter a moça somente para si. Dessa forma, ele cria uma rotina bem rígida pra ela, com horários estabelecidos e com momentos exatos até para ir ao banheiro. Tudo isso torna a vida de Annie muito mais complicada fazendo com que ela perceba que não poderia fazer nada a não ser ficar calma -  aparentemente falando - e se submeter as regras do sequestrador. 

É aos poucos que o leitor vai descobrindo a rotina de Annie, pois a cada seção com sua psicóloga ela conta algo sobre seus dias, sobre o sequestro, sobre a sua vida antes de tudo isso e sobre o homem com que viveu. Chevy Stevens, a autora, criou uma obra tão intensa, que cada detalhe descrito completa o enredo do livro de uma forma maravilhosa. Enquanto a moça conta os seus problemas o leitor consegue perceber o quanto ela sofreu. Por exemplo, percebi que pequenas coisas para nós "livres" são faltas enormes na vida dela. Essa relação que tive com ela foi encantadora e, ao mesmo tempo,  assustadora. 

Enquanto as seções vão acontecendo, o mistério do livro vai crescendo, pois tanto Annie quanto quem ler começa a se perguntar o motivo pelo qual David a escolheu. Sem dúvidas, a parte final do livro é a melhor. Cheio de reviravoltas e explicações inacreditáveis o desfecho dele foi super bem conduzido pela autora.

Isso torna esse thriller totalmente envolvente e - claro! - um dos meus prediletos. 

Por: Igor Gouveia